sexta-feira, 27 de julho de 2012

Viagens de Comboio

No fim de quase 3 meses de idas e voltas de Inter-cidades começo a estabelecer alguns tipos de pessoas que por lá se costumam encontrar:

Os pseudo-séc XXI:

Porquê pseudo? porque apesar de terem os seus computadores topo de gama ainda não descobriram uma invenção chamada phones que nos permitir ouvir o que queremos sem incomodar os outros. Pois é meus amigos, eu apoio que vejam séries e ouçam música mas de forma a que eu não a oiça. E para ti meu caro que ias no comboio nesta quinta-feira a tirar macacos do nariz e a comer bananas, eu estava de phones e mesmo assim ouvia-te. Espero que leias isso.

Os passivo-agressivos reformados:

São pessoas que falam alto, de forma agressiva. Sobre o falso pretexto de já não terem idade para mudar nada criticam o governo, os jovens,  os de meia idade, os serviços, o futebol. São capazes de continuar por horas. Um verdadeiro prós e contras na CP.

Os tagarelas:

Falam com toda a gente, sem se perceberem que estão a dar uma seca do C*r*l*o a pessoa com quem falam. Já vi tanta gente a sofrer...

Os dorminhocos:

Confesso que me enquadro neste grupo o que pode trazer algumas humilhações. Desde as bocas abertas, os fios de baba a escorrer... Não é bonito.




sexta-feira, 13 de julho de 2012

E quando o entusiasmo se vai...

Começamos a ver as dificuldades. Gostava de saber que raio se passa para tudo correr mal. E pela primeira vez na minha vida começo-me a achar fraco para aguentar a situação. 

sábado, 7 de julho de 2012

Nunca se aplicou tão bem...

CansaçoO que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos, in "Poemas"